quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A grande a responsabilidade do homem, em frente ao corpo material!






– Você não ignora que o corpo humano tem as suas atividades propriamente vegetativas, mas talvez ainda não saiba que o corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue.
Na organização fetal, o patrimônio sanguíneo é uma dádiva do organismo materno. Logo após o renascimento, inicia-se o período de assimilação diferente das energias orgânicas, em que o “eu” reencarnado ensaia a consolidação de suas novas experiências e, somente aos sete anos de vida comum, começa a presidir, por si mesmo, ao processo de formação do sangue, elemento básico de equilíbrio ao corpo perispirítico ou forma preexistente, no novo serviço iniciado.
O sangue, portanto, é como se fora o fluido divino que nos fixa as atividades no campo material e em seu fluxo e refluxo incessante, na organização fisiológica, nos fornece o símbolo do eterno movimento das forças sublimes da  Criação Infinita.
Quando a sua circulação deixa de ser livre, surge o desequilíbrio ou enfermidade e, se surgem obstáculos que impedem o seu movimento, de maneira absoluta, então sobrevém a extinção do tônus vital, no campo físico, ao qual se segue a morte com a retirada imediata da alma.
Fortemente impressionado com a revelação do respeitável amigo, observei:
– Oh! Como é grande a responsabilidade do homem, em frente ao corpo material!
– Diz bem – acrescentou o orientador – ao se referir com semelhante admiração a esse soberano dever da criatura reencarnada. Sem atender às pesadas responsabilidades que lhe competem na preservação do vaso físico,  homem algum poderá realizar o progresso espiritual.
O Espírito renasce na carne para a produção de valores divinos em sua natureza; mas como atender ao semelhante imperativo, destruindo a  máquina orgânica, base fundamental do serviço a fazer? Inda agora, referia-se você à lei da herança. O corpo terreno é também um patrimônio herdado há milênios e que a Humanidade vem aperfeiçoando, através dos séculos.
O plasma, sublime construção efetuada ao influxo divino, com água do mar, nas épocas primitivas, é o fundamento primordial das organizações fisiológicas. Em voltando à Crosta, temos de aproveitar-lhe a herança, mais ou menos  evolvida no corpo humano.
A essa altura das elucidações surpreendentes para mim, Alexandre, depois de ligeiro intervalo, continuou:
– Por isso mesmo, não desconhece você que, enquanto nos movimentamos na esfera da carne, somos criaturas marinhas respirando em terra firme. No processo vulgar de alimentação, não podemos prescindir do sal; nosso mecanismo fisiológico, a rigor, se constitui de sessenta  per cento de água salgada, cuja composição é quase idêntica à do mar, constante dos sais de sódio, de cálcio, de potássio.
Encontra-se, na esfera de atividade fisiológica do homem reencarnado, o sabor do sal no sangue, no suor, nas lágrimas, nas secreções. Os corpúsculos aclimatados nos mares mais quentes viveriam à vontade no  liquido orgânico. Há verdadeiras surpresas de comparação analógica que poderíamos efetuar neste sentido.
Não soube o que responder, em vista das definições ouvidas, e, ante o meu silêncio, foi o próprio Alexandre que continuou, depois de significativa parada:
– Como vê, ao renascermos na Crosta do Mundo, recebemos com o corpo uma herança sagrada, cujos valores precisamos preservar, aperfeiçoando-o. As forças físicas devem evoluir como as nossas almas. Se nos oferecem o vaso de serviço para novas experiências de elevação, devemos retribuir, com o nosso esforço, auxiliando-as com a luz de nosso respeito e equilíbrio espiritual, no campo de trabalho e educação orgânica.
O homem do futuro compreenderá que as suas células não representam apenas segmentos de carne, mas companheiras de evolução, credoras de seu reconhecimento e auxílio efetivo.
Sem esse entendimento de harmonia no império orgânico, é inútil procurar a paz.
Francisco Cândido Xavier - Missionários da Luz - pelo Espírito André Luiz  pag.220
 

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