domingo, 5 de fevereiro de 2012

AS SETE LEIS PARA O SUCESSO – parte VI

A SEXTA LEI: A LEI DO DESPRENDIMENTO







No desprendimento se revela o conhecimento da incerteza. No conhecimento da incerteza se revela a libertação do passado, do conhecido, da prisão da circunstância do passado. E pela nossa vontade de entrar no desconhecido, no campo de todas as possibilidades, entregamo-nos ao espírito criativo que orquestra a dança do universo. Como dois pássaros de ouro empoleirados na mesma árvore, como amigos íntimos, o ego e o Eu habitam o mesmo corpo – o primeiro come os frutos doces e amargos da árvore da vida, enquanto o último observa com desprendimento.
 Mundaka Upanissad

A sexta lei espiritual, do sucesso consiste na Lei do Desprendimento.
A Lei do Desprendimento diz-nos que para adquirirmos qualquer coisa no universo físico temos de renunciar à nossa ligação a ela. Isto não significa que desistamos da intenção de criar o desejo. Não devemos desistir da intenção, nem devemos desistir do desejo. Devemos desistir da nossa ligação ao resultado. Esta atitude é muito poderosa. No momento em que renunciamos à ligação ao resultado, combinando ao mesmo tempo intenção dirigida e desprendimento, teremos aquilo que desejamos. Tudo o que quisermos pode adquirir-se através do desprendimento, já que este se baseia na fé inquestionável, no poder do nosso verdadeiro Eu. Por outro lado, a ligação ao resultado baseia-se no medo e na insegurança – e a necessidade de segurança baseia-se no fato de não conhecermos o nosso verdadeiro Eu. A fonte de riqueza, de abundância ou de qualquer outra coisa do mundo físico encontra-se no Eu; é a consciência que sabe como realizar todas as necessidades. Tudo o mais constitui um símbolo: carros, casas, contas bancárias, roupas e aviões. Os símbolos são transitórios; vêm e vão. Procurar obter estes símbolos é o mesmo que preferir o mapa ao território. Provoca ansiedade; acaba por nos fazer sentir ocos e vazios por dentro, porque estamos a trocar o nosso Eu pelos símbolos do nosso Eu.


A ligação ao resultado significa consciência da pobreza, pois esta ligação prende-se sempre aos símbolos. O desprendimento significa consciência da riqueza, pois ele traz-nos a liberdade para criar. Só com um envolvimento desprendido se pode obter alegria e prazer. Só assim obtemos os símbolos de riqueza, com espontaneidade e sem esforço. Sem o desprendimento, tornamo-nos prisioneiros de necessidades mundanas desesperadas e impossíveis, preocupações triviais, desespero passivo e tristeza. Marcas distintivas de uma existência quotidiana medíocre e da consciência da pobreza. A verdadeira consciência da riqueza consiste na capacidade para obtermos aquilo que queremos, quando quisermos, e com um mínimo de esforço.
Para chegar a esta experiência tem de se basear no conhecimento da incerteza. Na incerteza encontrará a liberdade para criar tudo o que quiser. As pessoas estão sempre à procura de segurança, mas com o tempo verão que a busca da segurança constitui uma coisa muito efêmera. Mesmo a ligação ao dinheiro constitui um sinal de insegurança. Pode dizer: “Quando eu possuir X milhões de escudos, estarei seguro. Serei economicamente independente e poderei reformar-me. Nessa altura, hei de fazer tudo aquilo que de facto quero fazer.” Mas isso nunca acontece – nunca. Aqueles que procuram segurança perdem-na para sempre e nunca a encontram. É uma atitude ilusória e efêmera, pois a segurança nunca pode vir apenas do dinheiro. A ligação ao dinheiro gerará sempre insegurança, independentemente da quantidade de dinheiro que tivermos no banco. Na verdade, algumas das pessoas mais inseguras são as que mais dinheiro têm. O desejo de segurança constitui uma ilusão. Nas antigas tradições de sabedoria, a solução para todo este dilema encontra-se no conhecimento da insegurança, ou no conhecimento da incerteza. Isto significa que o desejo de segurança e certezas, na verdade, constituem uma ligação ao conhecido. E o que é o conhecido? O conhecido é o nosso passado. o conhecido não é mais do que a prisão do condicionamento do passado. Não há evolução aqui absolutamente nenhuma. E quando não há evolução, surge a estagnação, a entropia, a desordem e a decadência. A incerteza, por sua vez, constitui o solo fértil da criatividade e da liberdade puras. A incerteza significa entrar no desconhecido em cada momento da nossa existência. O desconhecido constitui o campo de todas as possibilidades, sempre vivas, sempre novas, sempre abertas à criação de novas manifestações. Sem a incerteza e o desconhecido, a vida consiste apenas na repetição obsoleta e desgostosa de memórias. Tornamo-nos vítimas do passado – aquilo que vivemos ontem é o que nos atormenta hoje. Renuncie à sua ligação com o conhecido, entre no desconhecido e entrará no campo de todas as possibilidades. O conhecimento da incerteza constitui um elemento da vontade de entrar no desconhecido. Isto significa que, em cada momento da sua vida, terá emoção, aventura, mistério. Terá a experiência da alegria de viver a magia, a celebração, a alegria e a exultação do seu próprio espírito. Todos os dias pode procurar a emoção daquilo que virá a ocorrer no campo de todas as possibilidades.


Quando tiver a experiência da incerteza, encontra-se no caminho certo, por isso não desista. Não precisa de ter uma ideia rígida e completa daquilo que vai fazer na semana seguinte ou no próximo ano, pois se tiver ideias bem definidas acerca do que vai acontecer e se ficar muito preso a elas, fechará um grande número de possibilidades. Uma característica do campo de todas as possibilidades consiste na correlação infinita. o campo pode orquestrar uma infinidade de ocorrências espaço-temporais para chegar ao resultado pretendido. Mas quando nos deixamos prender, a nossa intenção fecha-se num estado de espírito rígido e perdemos a fluidez, a criatividade e a espontaneidade inerentes ao campo. Quando nos deixamos prender, retiramos ao desejo a sua infinita flexibilidade e fluidez, encerrando-o numa moldura fixa, que interfere com todo o processo de criação. A Lei do Desprendimento não interfere com a Lei da Intenção e do Desejo. Com a definição de um objetivo Mantemos a intenção de seguir em determinada direção, mantemos o nosso objetivo. Mas entre o ponto A e o ponto B há uma infinidade de possibilidades. Tendo interiorizado o elemento da incerteza, podemos mudar de direção em qualquer momento, se encontrarmos um ideal mais elevado ou uma coisa mais emocionante. Também nos encontramos menos dispostos a forçar as soluções para os problemas e isso permite-nos manter-nos atentos às oportunidades. A Lei do Desprendimento acelera todo o processo de evolução. Quando compreender esta lei, não se sentirá compelido a forçar soluções. Quando força soluções ou problemas, apenas cria novos problemas. Mas se aplicar a atenção na incerteza e observar a incerteza enquanto espera, atento, que a solução surja do caos e da confusão, aquilo que surgirá será qualquer coisa fabulosa e muito estimulante. Este estado de atenção, encontrar-se-á preparado no presente, no campo da incerteza, liga-se ao seu objetivo e à sua intenção e permite-lhe aproveitar a oportunidade. O que é a oportunidade? Encontra-se em cada problema que tiver na vida. O menor problema que tiver na vida constitui a semente para uma oportunidade de um benefício maior. Depois de ter percebido isso, abre um grande número de possibilidades e mantém vivos o mistério, a dúvida, a emoção e a aventura. Pode ver cada problema da sua vida como uma oportunidade para um benefício maior. Pode manter-se atento às oportunidades baseando-se no conhecimento da incerteza. Se estiver preparado e a oportunidade surgir, a solução aparecerá espontaneamente. Aquilo que daqui advém designa-se muitas vezes por “boa sorte”. A boa sorte consiste apenas no encontro entre a oportunidade e a pessoa que se encontra preparada para ela. Quando as duas se juntam com a observação atenta do caos, surge uma solução, que constituirá um benefício evolucionário para a pessoa e para todos aqueles que a rodeiam. Esta constitui a receita perfeita para o sucesso e baseia-se na Lei do Desprendimento, que é o melhor caminho para a liberdade. Entro no campo de todas as possibilidades e antecipo a emoção que pode ocorrer se eu me mantiver aberto às escolhas. Ao entrar no campo de uma infinidade de escolhas Ponho em prática a Lei do Desprendimento, seguindo todas as possibilidades, experimento toda a alegria, com estes passos: aventura, magia e mistério da vida.


1 Hoje vou praticar o desprendimento. Darei a mim próprio e aos que me rodeiam a liberdade de sermos como somos. Não imporei ideias rígidas sobre como as coisas deviam ser. Não forçarei soluções para os problemas, pois isso criaria novos problemas. Participarei em tudo com um envolvimento desprendido.
 2 Hoje interiorizo a incerteza como um ingrediente essencial da minha experiência. A minha boa vontade para aceitar a incerteza fará com que as soluções surjam, espontâneas, dos problemas, da confusão, da desordem e do caos. Quanto mais incertas as coisas parecem, mais seguro me sentirei, porque a incerteza é uma fonte inesgotável.


DEEPAK CHOPRA

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