Os pensamentos, as emoções, as percepções dos sentidos e todas as experiências pelas quais passamos constituem a matéria da nossa vda. A consciência do eu provém daquilo a que chamamos a "minha vida", e em geral acreditamos que a "minha vida" é constituída apenas pelos acontecimentos que nela sucedem.
Descuramos repetidamente o facto mais óbvio: que a consciência do Eu Sou mais íntima não tem a ver com o que nos acontece na vida, nem com o conteúdo desta. A consciência do Eu Sou constitui um todo uno com o Agora. Continua sempre a mesma. Na infância e na velhice, na saúde e na doença, nos sucessos e nos fracassos, o nível mais profundo do Eu Sou - o espaço Agora - mantém-se inalterável. Frequentemente, tal poderá ser confundido com conteúdo, e por isso sentimos o Eu Sou ou o Agora apenas de um modo vago e indirecto através dos acontecimentos das nossas vidas. Por outras palavras: a consciência de ser fica turvada pelo fluxo do pensamento, pelas circunstâncias e pelas muitas ocorrências da vida. E o Agora fica oculto pelo tempo, pelo passado e pelo futuro.
Deste modo,esquecemos que as nossas origens se encontram no Ser, esquecemos a nossa existência divina e perdemos o rumo na vida, perdemo-nos no mundo. A confusão, a raiva, a depressão a violência e o conflito surgem quando os seres humanos esquecem quem são verdadeiramente.
Contudo, é tão fácil relembrar a verdade e, por consequência, regressar às origens:
Eu não sou os meus pensamentos nem emoções, as percepções dos sentidos ou as experiências.
Eu não sou o conteúdo da minha vida.
Eu sou a vida.
Eu sou o espaço em que todas as coisas acontecem.
Eu sou a Consciência.
Eu sou o Agora. Eu Sou
A voz da serenidade
Eckhart Tolle
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